Portas lógicas são componentes fundamentais da eletrônica digital . São formadas por blocos circuitais capazes de realizar operações básicas de lógica booleana , um ramo da matemática que lida com valores binários (0 e 1). Estes blocos recebem informação em uma ou mais entradas e fornecem uma saída com valor bem definido e baseado em regras específicas.
Cada porta lógica executa uma operação booleana sobre seus sinais de entrada para determinar o valor da saída. Essas operações são baseadas em níveis de tensão: um nível alto (geralmente 5V ou 3,3V) representa o valor 1, enquanto um nível baixo (0V) representa o valor 0.
A combinação dos níveis de entrada define o estado da saída de acordo com a operação lógica realizada pela porta. Para representar isso, utilizamos a tabela verdade, que relaciona os níveis de entrada e a saída correspondente. Cada tipo de porta lógica possui sua própria tabela verdade, demonstrando como os estados de entrada influenciam o estado de saída.
Apesar da importância de todas as portas lógicas, para esta postagem o objetivo será mostrar circuitos baseados em portas NAND. Em eletrônica, as portas NAND são essenciais porque são funcionalmente completas. Isso significa que, com combinações de portas NAND, é possível criar qualquer outra porta lógica, como AND, OR ou NOT.
NAND significa "NOT AND", destacando sua principal característica: ser o complemento da função AND. Uma porta NAND pode ser comparada a um sistema de segurança que só gera um nível baixo (0) na saída quando ambas as entradas (A e B) estão em nível alto (1). Caso uma ou ambas as entradas estejam em nível baixo (0), a saída será, necessariamente, em nível alto (1). Veja a tabela:
Para quem está começando ou trabalhando em projetos menores, usar portas NAND facilita a compreensão de conceitos lógicos e torna o teste de circuitos mais direto.
Vamos explorar 10 circuitos que utilizam portas NAND. Usaremos para todos os projetos o circuito integrado 4011 , baseado na tecnologia CMOS. Esse CI possui quatro portas NAND independentes, cada uma com duas entradas e, é claro, uma única saída .
Vamos aos projetos.
1 - Eletroscópio.
A grande sensibilidade de entradas dos circuitos integrados CMOS permite a construção de circuitos bastante sensíveis a campos eletrostáticos . A simples aproximação de uma caneta previamente friccionada nos cabelos , fará com que o led se ilumine .
Não use fio nú ( desencapado) pois o integrado pode ser danificado pelo excesso de cargas .
2 - Alarme com 2 sensores
Monitore dois locais com este alarme. Ao instalar os sensores em diferentes lugares, qualquer um deles que for acionado fará o LED acender.
3. Indicador de nível de água
Este circuito apresenta um visual atrativo para monitoramento do nível de água em um reservatório. Os LEDs acendem em sequência conforme o nível de água aumenta e apagam conforme o nível diminui. Não funciona para líquidos não condutivos, como óleo.
4 - Sensor de elevação de temperatura
Sob temperatura ambiente nada acontece. Quando o NTC detectar que a temperatura está acima do nível ambiente , o led começa a piscar.
5- Temporizador
Temporizador simples para tempos curtos . Pressione o botão e o led acende . Solte o botão e o led apagará depois de alguns segundos. O tempo pode ser modificado com alterações nos valores do resistor de 100k ou do capacitor de 100uF.
6- Sensor de impacto
Ao fixar o buzzer em uma porta, por exemplo, qualquer impacto fará com que o LED acenda. O interessante é que o circuito não reage a ruídos do ambiente. Ajuste o potenciômetro para a sensibilidade máxima.
No diagrama acima, o led dá apenas uma piscada rápida quando o circuito detecta o impacto . Se quiser que fique aceso por um tempo maior, retire o led e acrescente o circuito abaixo :
7- Sensor de sombra ( com memória )
A passagem de uma sombra sobre o LDR causa o acendimento do LED. O evento fica memorizado mesmo que volte a iluminação sobre o LDR. Para reiniciar apertar o botão de reset. Troque o resistor de 47k por um potenciômetro de 470k se quiser variar a sensibilidade.
8- Controle remoto IR
Ligue e desligue aparelhos através de qualquer controle remoto IR. Analise se o circuito é viável para seu uso , já que QUALQUER controle remoto vai acioná-lo , mesmo que de forma não intencional.
Caso seja necessário acionar cargas de maior potência, use um relé controlado por um driver transistorizado, conforme demonstrado a seguir:
9- Flasher
Um efeito de iluminação com LEDs, onde eles alternam o piscar, criando um suave efeito de transição gradual (fader).
10 - Iluminação de emergência.
O circuito aciona leds que entram em funcionamento automaticamente quando há falha no fornecimento de energia elétrica. Assim temos iluminação suficiente para que as pessoas consigam localizar saídas de emergência ou se movimentar com segurança dentro de um ambiente.
Tome muito cuidado ao realizar esta montagem, pois não há isolamento da rede elétrica, o que apresenta risco de choque.