quinta-feira, 9 de outubro de 2025

Jogo Da Velocidade Ou Torta Na Cara

    No clima do mês das Crianças, nada melhor do que resgatar brincadeiras que misturam diversão, energia e muitas risadas. Os jogos de velocidade e o clássico “torta na cara” são excelentes para essa data especial, pois envolvem movimento, competição saudável e momentos de pura alegria.


     Enquanto os jogos de velocidade testam quem tem os reflexos mais rápidos, o torta na cara garante boas gargalhadas com suas perguntas e respostas cheias de suspense. São atividades simples, mas que criam memórias marcantes e tornam o Dia das Crianças ainda mais animado e cheio de diversão.
   
  Seja disputando quem aperta o botão primeiro ou tentando não levar uma tortada por errar a resposta, o importante é entrar no clima e se divertir. Afinal, o que seria de uma boa gincana sem um pouco de suspense, competição e chantilly voando por aí?

   A seguir, será apresentado o diagrama eletrônico do projeto, no qual dois participantes competem para ver quem aperta o botão primeiro. 




   Ao acionar o interruptor S1, o circuito ativa um temporizador com duração de alguns segundos. Quando esse tempo se encerra, um LED verde acende, funcionando como sinal de “partida” e indicando que os jogadores já podem apertar seus botões o mais rápido possível.

   No momento em que um dos botões é pressionado, o circuito identifica o vencedor acendendo um LED correspondente e bloqueia automaticamente o outro jogador, evitando qualquer empate. Para reiniciar basta desligar e religar a chave S1.






   Para funcionar na modalidade "torta na cara" , basta acrescentar uma segunda chave , como mostrado abaixo:
 



    O restante do circuito ( que não aparece depois de R3 e R4) continua o mesmo.
   
   Desta forma o temporizador é desativado e  os botões já estão prontos para acionar.   Assim que a pergunta é feita, quem apertar o botão primeiro ganha o direito de responder.

   Se acertar, o jogador marca ponto ou apenas se livra da torta.
   Se errar (ou demorar demais para responder), o jogador perde e… a torta vai direto no rosto!


terça-feira, 7 de outubro de 2025

Alerta De Seta Ligada

    A seta é um dos recursos mais importantes para a segurança no trânsito, porque avisa outros motoristas e pedestres quando você vai mudar de faixa ou fazer uma curva. Mas todo mundo já conhece alguém – ou até a si mesmo – que esquece de desligá-la depois da manobra. Isso pode gerar confusão, porque os outros podem pensar que você vai mudar de direção de novo. Por isso, aqueles avisos no painel acabam sendo bem úteis.

   Pensando nisso, o circuito a seguir foi projetado para acionar um alarme intermitente caso a seta permaneça ligada por mais de 1 minuto, o que provavelmente indica esquecimento.  No  uso normal, nada acontece . Clique na imagem para visualizar melhor.







  O funcionamento básico consiste em um oscilador que envia comandos intermitentes a um buzzer ativo (por meio de um transistor), sempre que D2 e D3 recebem tensão do sinal da seta, ocorrendo após um pequeno atraso.

  Ao analisar o diagrama, percebe-se que R2, C1 e D1 formam um circuito de retardo. O resistor R2 junto ao capacitor C1 definem o tempo necessário para que o oscilador seja acionado. A corrente que percorre R2 vai carregando o capacitor C1 até que ele atinja um nível suficiente para que a lógica do circuito habilite o oscilador. Dessa forma, o sinal sonoro só é emitido caso a seta permaneça ligada por tempo excessivo, permanecendo silencioso durante o funcionamento normal.





  A instalação é bem tranquila e praticamente não mexe no sistema original do carro. Se tiver qualquer dúvida, é só chamar um eletricista automotivo.


quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Um Simples Bargraph De Leds

   Quem já ficou frente a frente com um equipamento de som vintage sabe: o áudio de antigamente tinha alma, era "quente" e cheio de charme. E nada traduzia isso melhor que o VU meter presente na maioria deles, com seu ponteiro elegante dançando ao ritmo da música. Era simplesmente hipnotizante.

   Depois vieram os bargraphs de LEDs, rápidos e vibrantes, trazendo um visual totalmente novo para os medidores de áudio. A sequência de luzes acendendo dá mais impacto e movimento, quase como uma animação. Além disso, as cores em verde, amarelo e vermelho deixam a leitura intuitiva e chamativa, mesmo de longe. É um estilo moderno, que combina com equipamentos atuais e ainda permite brincar com formatos diferentes, deixando o design mais criativo e tecnológico.

  Seja o VU analógico ou digital, cada um cumpre sua função perfeitamente, sendo preferido mais ou menos de acordo com o usuário. No fim das contas, é uma questão de estilo: ponteiro para quem curte o clássico, LED para quem vibra com o moderno.

  E aí, depois de imaginar a cena, que tal instalar um VU no seu sistema de som, caso ainda não tenha? Aproveite a oportunidade: monte o circuito abaixo e traga ainda mais vida ao seu equipamento.

  Além de indicar o nível do áudio, ele traz aquela presença visual que transforma a experiência: os LEDs subindo em escada fazem você sentir que a música não só se ouve, mas também se enxerga. Porque ouvir é bom, mas enxergar o som... é outra história.












     Resumidamente, o circuito funciona assim:

   O sinal de áudio entra no circuito através do capacitor eletrolítico de 10 µF, que tem a função de bloquear a componente contínua e permitir a passagem apenas da parte alternada do sinal. Logo após, o diodo 1N4148 realiza a retificação, aproveitando apenas os semiciclos positivos da onda, enquanto o resistor de 330 ohms limita a corrente nessa etapa inicial. O transistor BC547 atua como amplificador e chave eletrônica, recebendo o sinal retificado em sua base, cuja polarização é definida pelos resistores de 120 k e 8k2, garantindo o funcionamento adequado do estágio de amplificação. Dois diodos 1N4148 conectados em série são responsáveis por estabelecer um limiar de tensão na base deste transistor.

   O capacitor de 100 µF, ligado ao coletor do transistor, atua como um filtro, suavizando a resposta do circuito e evitando que os LEDs pisquem de forma muito rápida. A corrente então passa por uma sequência de resistores e LEDs. Como cada resistor possui um valor diferente — 4k7, 1k2, 390R, 220R e 150R — cada LED vai exigir uma tensão ligeiramente maior para acender. Isso cria um efeito de barra progressiva: o primeiro LED acende com um sinal mais fraco, e conforme a intensidade do áudio aumenta, os demais vão se iluminando em sequência.

   O resultado é um VU meter simples, sem a necessidade de circuitos integrados específicos.  A versão mostrada é para um canal apenas . Para um som estéreo, monte dois circuito iguais usando a mesma fonte de alimentação. 


quarta-feira, 1 de outubro de 2025

A Eletrônica Em Módulos VIII - Alarme De Maçaneta

 

  Hoje vou apresentar uma aplicação para o módulo TTP223B. Ele é baseado no chip sensor de toque TTP223, uma chave capacitiva bastante popular nos projetos eletrônicos. Esse sensor substitui os botões mecânicos tradicionais por uma superfície sensível ao toque, garantindo mais durabilidade e um visual moderno. Basta aproximar ou encostar o dedo na área ativa para que a variação de capacitância seja detectada, mudando o estado da saída, que pode ser usada como um simples sinal digital para acionar outros circuitos.


   Agora imagine esse módulo aplicado em um alarme de maçaneta: simples, criativo e super prático. Em vez de usar apenas a plaquinha como sensor, basta ligar um fio no TTP223 e pendurá-lo na maçaneta (pelo lado de dentro, claro). Qualquer tentativa de mexer na porta aciona o sensor e dispara uma sirene em alto volume. E não adianta soltar rápido a maçaneta — o som é temporizado para continuar tocando por alguns segundos, deixando evidente que algo está errado.

    Esse tipo de alarme é ideal para levar em viagens, usar em quartos de hotel ou até em casa, quando se busca mais segurança sem complicação. É leve, portátil e não exige instalação: é só pendurar, ativar e dormir tranquilo.












   A montagem desse alarme é tão simples que nem chega a pedir uma placa de circuito impresso. Em vez disso, dá para fazer no estilo “teia de aranha”, ligando os componentes diretamente entre si com um pouco de organização. Esse tipo de montagem é leve, rápida e funciona muito bem para projetos pequenos. O importante é manter as conexões firmes e bem isoladas para evitar falsos ou maus contatos. 















   O módulo se ajusta sozinho. Então, quando você pendurar na porta, é normal que ele apite logo de cara. É só esperar alguns segundos e ele já fica calibrado, pronto para vigiar.






sexta-feira, 19 de setembro de 2025

O Robô Mais Simples Que Você Verá Hoje

    Vou mostrar um exemplo de robô com comportamento reativo: um carrinho com sensores na frente que muda de direção sempre que encontra um obstáculo. É algo tão simples que muita gente nem chega a considerar um robô. Mas, de forma prática, podemos entender como robô qualquer máquina que consiga perceber o que acontece ao seu redor, mesmo que de maneira bem básica, e tomar decisões sozinha a partir disso.

   Então, se o carrinho tem um sensor de toque (o próprio para-choque que detecta a batida) e muda de direção sozinho sem intervenção humana, ele se encaixa na definição básica de robô — ainda que seja bem rudimentar.

  Ou seja: tecnicamente é um robô, mas de nível bem básico, quase um brinquedo didático de introdução à robótica.   É muito usado para ensinar lógica de programação, sensores e atuadores. 





    Para montar esse carrinho, primeiro você precisa de uma base onde serão fixados os componentes principais: dois motores DC com suas rodas, o suporte de pilhas e dois micro switches com hastes longas que servirão como sensores de toque. Os motores devem ser instalados na parte traseira, alinhados para que as rodas fiquem paralelas. Na parte da frente, instale um suporte por baixo que funcione como rodinha dianteira, posicionando os micro switches voltados para frente e com hastes metálicas atuando  como “bigodes”. Dessa forma, eles serão acionados sempre que o carrinho encostar em algum obstáculo.

  A parte elétrica é bem simples, sem necessidade de placa ou programação. Os fios que saem do suporte de pilhas alimentam os dois motores, mas antes passam pelos micro switches. Na condição normal, ambos os motores giram no mesmo sentido, empurrando o carrinho para frente. Quando o carrinho bate em um obstáculo e aciona um dos micro switches, o motor oposto é desligado (o micro switch esquerdo desliga o motor direito e vice-versa). Assim, um motor continua empurrando enquanto o outro para, fazendo o carrinho virar e escapar do obstáculo.

   Depois de prender bem todos os componentes e organizar os fios conforme o esquema, basta colocar as pilhas no suporte e acionar a chave liga/desliga. O carrinho começará a andar sozinho e, sempre que encontrar algo pela frente, mudará de direção automaticamente. O resultado é um pequeno robô reativo, que funciona apenas com mecânica e eletricidade, sem precisar de nenhuma linha de código.







Olhando lateralmente, ficará algo mais ou menos assim:


















sábado, 13 de setembro de 2025

Rastreador De Cabos

     Imagine-se diante de um rack lotado de fios coloridos, um emaranhado que mais parece obra de arte abstrata do que infraestrutura de telecom. Quem já precisou localizar um único cabo de telefonia ou dados nesse cenário sabe que não é tarefa para os fracos: logo se revela um labirinto de emendas escondidas, etiquetas apagadas ou que já não correspondem à realidade  e , em muitos casos, a documentação simplesmente desapareceu no tempo.

    Numa construção antiga, os fios passaram por reformas, mudaram de rota, foram reaproveitados; em ambientes corporativos, painéis lotados e cabeamento paralelo tornam qualquer diagnóstico um quebra-cabeça; já em instalações novas, a pressa na entrega costuma custar organização: cabos sem identificação, diferentes padrões de terminação e documentação incompleta.

   Nesse cenário cheio de fios que parecem se multiplicar sozinhos, o rastreador de cabos surge como um verdadeiro herói. Com ele, não é preciso sair puxando fio por fio ou perder horas tentando adivinhar para onde cada cabo vai. O equipamento permite identificar rapidamente a origem e o destino de uma linha, mesmo quando ela passa por dutos, paredes ou está escondida em um rack confuso.

    Naturalmente, uma ferramenta tão útil e quase indispensável vem acompanhada de um custo — que pode ser bem salgado, dependendo dos recursos disponíveis. Mas aí surge a pergunta: por que não construir o seu próprio rastreador? Ele certamente não terá todas as funções de um modelo comercial, mas com certeza vai te tirar de várias enrascadas.


  O transmissor é esse: 











   Esse circuito usa portas inversoras CMOS, do tipo 40106, para formar dois osciladores que se combinam e produzem um som intermitente. Isto para que o som do rastreador se destaque em relação ao ruído naturalmente presente nos cabeamentos . 

    O primeiro oscilador é formado pelo capacitor C1 de 1 µF, o resistor R1 de 470 k e um inversor. Esse conjunto gera um sinal quadrado de baixa frequência, que funciona como modulador. 

     Já o segundo oscilador é feito com o capacitor C2 de 10 nF, o resistor R2 de 120 k . Ele oscila em uma frequência maior , dentro da faixa audível, produzindo o tom principal. 

     Os sinais desses dois osciladores  são misturados através dos resistores R3 e R4, de 1 k cada. O resultado é que o oscilador rápido, que gera o som, é modulado pelo oscilador lento, criando o efeito de tom intermitente, típico de sirenes ou alarmes. O capacitor C3 de 1,5 nF faz o acoplamento do sinal para a saída, bloqueando a componente contínua e permitindo que apenas a parte alternada, ou seja, o áudio, seja transmitida para a garra jacaré de saída. Assim, o circuito inteiro se comporta como um gerador de sirene simples, alimentado com 9 V.



Visto o emissor, agora é a vez do receptor :








   Temos agora um amplificador de captação de sinal usando um JFET 2N3819 como estágio de entrada.

   O que acontece é o seguinte: a antena (usar fio encapado para proteção de Q1) capta sinais elétricos no ambiente. Esses sinais chegam ao gate do JFET através de C3 (100 pF), que funciona como capacitor de acoplamento, permitindo a passagem da variação de tensão . O resistor R1 (3M3) mantém o gate polarizado em nível adequado, praticamente em alta impedância, o que permite que até sinais muito fracos sejam captados e amplificados.

    O sinal amplificado é então acoplado via C4 (100 nF) para a entrada do amplificador PAM8403. O resistor  R3 (47k) atua como carga de saída, ajustando o nível de sinal para não saturar o módulo.

    A fonte de 4,5 V (três pilhas) é filtrada por C1 (220 µF) e C2 (100 nF), evitando oscilações e ruídos indesejados . O módulo PAM8403, é um amplificador estéreo de baixa potência (mas aqui está sendo usado em mono, apenas em um canal). Esse módulo aumenta bastante a potência do sinal, permitindo que o áudio seja reproduzido no alto-falante de 8 Ω.

   Ou seja, o circuito funciona como um sensor/amplificador de campo elétrico: o JFET capta e dá um primeiro ganho, e o PAM8403 leva o sinal para o alto-falante.


   Agora é só usar: conecte as garras jacaré no par metálico, pressione o pushbutton e comece a seguir o sinal pelo caminho. O sistema também pode ser usado para rastrear cabos de dados (como cabos de rede), bastando adaptar um conector adequado no lugar das garras jacaré.

   E já deixo o aviso antes da dúvida aparecer: nunca conecte em cabos elétricos energizados.

sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Acione Um Relé De 24V Com Uma Bateria De 9V


   Precisa, por algum motivo que só você sabe, acionar um relé de 24 V a partir de uma fonte de 9 V? Pois é, parece impossível à primeira vista — mas existe um jeitinho eletrônico para isso.

     

   

     O segredo está em usar um capacitor como aliado. Para entender, vamos dar nomes aos pontos do circuito: chamaremos a junção de R1 e R2 de ponto B e a junção de D1 com o negativo de C1 de ponto C.

   Com o botão S1 aberto, o resistor R1 mantém o ponto B em +9 V, enquanto o ponto C fica próximo do terra por meio do diodo D1. Isso faz com que o capacitor C1 se carregue com algo próximo de 9 V, com seu polo positivo em B e o negativo em C.

 Quando o botão S1 é pressionado, acontece a mágica: o capacitor, já carregado, fica momentaneamente em série com a fonte de 9 V. Ao mesmo tempo, o transistor PNP Q1 recebe um pulso negativo na base e começa a conduzir. O resultado é que a bobina do relé não vê apenas os 9 V da fonte, mas sim algo próximo de Vbat + VC1, ou seja, cerca de 18 V durante um curto intervalo.

   Esse “chute” inicial é suficiente para vencer a inércia do relé. Mesmo sendo de 24 V, o impulso gerado pela soma da fonte com a descarga do capacitor consegue atrair o núcleo e acionar os contatos, já que a tensão de pull-in costuma ser bem menor que a nominal.

  Dependendo do valor escolhido para o capacitor, o circuito pode apresentar um pequeno atraso no desligamento quando o botão é solto. Esse efeito de retardo pode ser explorado de forma útil em certas situações, funcionando como uma espécie de temporizador natural que mantém o relé acionado por alguns instantes após o comando.



Você conhece o PUT?



    Que PUT?

    Aquele  que impede que seu circuito execute .

   Brincadeiras à parte, o PUT (Programmable Unijunction Transistor) é um componente que assusta no nome, mas que na prática pode ser entendido de forma bem simples. Ele é parecido com o antigo UJT (Unijunction Transistor), só que mais versátil, porque você pode “programar” a tensão em que ele dispara usando resistores externos. 

  


 Pensa nele assim: o PUT fica parado, sem conduzir. Quando a tensão em seu ânodo atinge um certo valor (a tensão de disparo), ele liga de repente e permite que a corrente flua.  Este valor de disparo é programado pela tensão de Gate, a qual é basicamente determinada pelos resistores. 



    O circuito acima serve para compreender o funcionamento do PUT.  Funciona como um gatilho de tensão:  O LED permanece apagado até que a tensão no ânodo do PUT ultrapasse o limiar definido pelo Gate.  Quando isso acontece, o PUT conduz e o LED acende.  A tensão no ânodo é ajustável via trimpot de 1k. Brinque com os valores dos resistores para fixar o conceito.

  Acima,  um pisca led .  O circuito funciona como um oscilador de relaxação simples.  Dois resistores de 10 k formam um divisor de tensão que define a tensão de gate do PUT, determinando o ponto em que ele vai disparar. O capacitor de 10 µF carrega lentamente através do resistor de 120 k, e quanto maior o valor do resistor ou do capacitor, mais lento será esse carregamento. Quando a tensão no capacitor atinge a tensão de disparo do PUT, definida pelo divisor de 10 k, o PUT conduz, permitindo que a corrente flua do ânodo para o cátodo e acenda o LED. Após o disparo, o capacitor se descarrega parcialmente, o PUT se desliga e o ciclo recomeça, fazendo o LED piscar periodicamente. O tempo do temporizador, ou seja, o período de pisca do LED, depende principalmente do capacitor e do resistor de 120 k, enquanto o divisor de 10 k ajusta a tensão de Gate para que o disparo ocorra no momento certo.




   Agora, um circuito mais elaborado . Temos um temporizador para tempos não muito longos. Um curto momentâneo emC1 via botão de "START" zera a tensão no ânodo do PUT e impede seu disparo. Quando o botão é solto, o capacitor começa a se carregar lentamente através do resistor R3, fazendo com que a tensão no ânodo do PUT aumente gradualmente. Quando essa tensão ultrapassa a tensão do Gate somada a aproximadamente 0,7V, o PUT entra em condução. Esse disparo gera um pulso que ativa a base do transistor BC337, que então conduz e energiza o relé.

    Com o relé acionado, um de seus contatos realimenta o ânodo do PUT com tensão por meio de um resistor de valor menor (  R5 ). Essa realimentação mantém o PUT em condução mesmo após o capacitor descarregar, criando o efeito de trava — ou latch — no circuito.

    Esse funcionamento é inteligente porque utiliza o tempo de carga do capacitor como um temporizador natural, garantindo que o PUT só dispare quando a tensão estiver no ponto exato, evitando disparos acidentais. O relé realiza a trava de forma simples e mecânica, sem necessidade de lógica digital, e o circuito pode ser facilmente adaptado para aplicações como temporizadores, alarmes ou controle de carga com retardo.

    Com os valores mostrados ( R3- 3M3  e C1- 47uF ) o tempo estará por volta dos dois minutos.

  Agora que você conheceu o PUT , se encontrar um perdido no seu armário, não jogue fora. Vai que ele está só esperando a hora certa de “conduzir” sua próxima ideia brilhante!

   E por falar em armário , você conhece o Mário?

segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Amplificador De Áudio CMOS


   Você sabia que dá para transformar um circuito digital em um amplificador de áudio simples? Um exemplo é o CI CMOS 4069, que normalmente é usado em projetos de lógica digital, mas pode ser adaptado para funcionar como um pré-amplificador ou como um pequeno amplificador para fones de ouvido. É importante entender que ele não foi feito para fornecer potência, então não consegue tocar alto-falantes diretamente. Para isso, seria necessário adicionar transistores ou usar um CI específico para áudio, como o LM386.

       O primeiro cuidado é escolher a versão certa do chip: use o 4069 unbuffered (CD4069UB ou HEF4069UB). As versões chamadas buffered não funcionam bem como amplificadores analógicos. Outro ponto essencial é a alimentação: ele funciona bem entre 4 e 12 V, e o valor mais comum é 9 V. Nunca ultrapasse esse limite, porque o CI ou a etapa de saída podem queimar.

   O funcionamento é simples: você pega uma das portas inversoras do chip e liga a saída de volta na entrada com um resistor, chamado resistor de realimentação. Esse resistor controla o ganho do sinal, ou seja, o quanto ele será amplificado. Se quiser menos ganho (e menos risco de distorção), basta diminuir esse valor. Se o som começar a “rachar” ou distorcer, você pode reduzir a amplitude do sinal de entrada ou usar um resistor menor.


   Dá também para usar duas portas do 4069 em sequência: a primeira amplifica e a segunda serve como buffer, ajudando a reforçar o sinal. Porém, quanto mais portas você usa, mais ruído o circuito pode gerar. Para melhorar o resultado, é bom colocar capacitores de desacoplamento perto do chip, garantindo que a alimentação fique estável.

  Neste  projeto  o 4069 é usado apenas como pré-amplificador, enviando o sinal para um estágio final de potência, feito com transistores .



 Segue abaixo a minha sugestão de placa. Note que há um pequeno erro: o resistor de 100k está ligado de forma incorreta. Ele deve ter um terminal conectado ao pino 9 do 4069 e o outro ao negativo do capacitor de 470µF, conforme indicado no diagrama. A correção é simples — basta refazer essa ligação por baixo da placa na posição correta e pronto. Assim que possível, atualizo o desenho da placa com a correção.




     Agora, é importante saber as limitações: o 4069 não foi projetado para trabalhar dessa forma, então pode esquentar e não é tão confiável como um amplificador de áudio convencional. Esse tipo de uso do 4069 funciona bem em situações de pré-amplificação ou em circuitos de efeitos sonoros simples. Outra limitação é a fidelidade: o sinal tende a apresentar distorções e a resposta em frequência não é muito ampla, o que restringe seu uso a aplicações experimentais ou criativas. Mesmo com essas limitações, o 4069 pode ser aproveitado em pequenos pré-amplificadores, pedais de guitarra que exploram a distorção do sinal, ou ainda em projetos de baixo custo voltados ao aprendizado de eletrônica aplicada ao áudio.


domingo, 7 de setembro de 2025

Faça Um Zener Ajustável

 A maioria dos visitantes deste blog devem conhecer o diodo zener. Um diodo zener é um tipo especial de diodo projetado para operar em inversão (polarização reversa) e manter uma tensão praticamente constante nos seus terminais quando a corrente ultrapassa um certo valor. 

 Uma característica interessante do zener é  que , quando precisar,  nunca vai ter o valor que precisa no seu estoque :) .

 Isto é facilmente resolvido com o próximo circuito:


   Com esse arranjo, se a tensão que você precisa não for um valor padrão ou não estiver disponível no momento, é possível resolver facilmente apenas ajustando o trimpot.

   O circuito funciona como se fosse um componente de dois terminais, parecido com um diodo zener. 

    Quando aplicamos a tensão com a polaridade correta, os dois transistores permanecem desligados até que a tensão no divisor resistivo (formado pelo resistor de 1 kΩ e pelo potenciômetro) seja suficiente para ativar a junção base-emissor do BC327. Um ajuste no trimpot permite variar esta tensão.

  Quando a tensão for suficiente , o BC327 começa a conduzir e gera uma corrente em seu coletor.   Essa corrente que sai do coletor  vai polarizar o resistor de 1k  e também a junção base-emissor do transistor BC337.   À medida que a base de T2 recebe mais polarização direta, ele conduz cada vez mais, permitindo uma corrente maior entre seu emissor e coletor.

    Como o emissor e o coletor do transistor BC337 estão ligados diretamente aos dois terminais do circuito, quando a tensão aumenta a corrente pelo circuito também cresce. Esse aumento de corrente faz com que a tensão nos terminais caia, equilibrando o sistema.   Dessa forma, se a tensão aplicada tentar subir, o circuito atua automaticamente para reduzi-la. Olha que interessante : temos um circuito que atua como um diodo zener!

  Agora é só calcular  o resistor Rz como você faria para um zener comum. Para não exceder a potência dos transistores e evitar aquecimentos, considere como um zener de 500mW.


sábado, 31 de maio de 2025

Caneta De Polaridade Ativa Para Automóveis


   Quando falamos de ferramentas simples e acessíveis para testes elétricos, as pontas de prova com LED e resistor costumam aparecer como uma das favoritas entre hobbystas e mecânicos. São fáceis de montar, baratas e funcionam bem em muitas situações básicas do dia a dia na oficina ou em projetos caseiros. Mas, apesar de toda essa praticidade, elas escondem algumas desvantagens que merecem atenção — principalmente quando o assunto é eletrônica automotiva moderna.

    O grande ponto fraco dessas pontas está justamente na forma como funcionam: o LED só acende se houver uma corrente passando por ele. Isso significa que, ao encostar essa ponta em um circuito, ela retira energia do próprio ponto testado. Essa pequena interferência, que pode passar despercebida em circuitos simples, se torna um problema sério em sistemas mais sensíveis — como sensores automotivos ou redes de comunicação digital (como CAN ou LIN). Nessas situações, até uma leve alteração no comportamento elétrico pode resultar em sinais distorcidos, falhas intermitentes ou até no travamento temporário de um módulo eletrônico.

  É aí que entram as pontas de prova automotivas projetadas para não carregar o ponto de teste.  Ferramentas desse tipo costumam ser mais caras que pontas simples com LED e resistor, justamente por contarem com circuitos internos mais sofisticados, como buffers de alta impedância ou até isolamento óptico.

    Esse tipo de ponta se destaca por ter uma impedância de entrada muito alta. Na prática, isso significa que ela não interfere no circuito testado, não injeta corrente nem altera o comportamento do sinal que está sendo analisado. O resultado? Leituras mais fiéis à realidade, sem o risco de provocar falhas ou distorções nos dados.

    Essa característica faz com que sejam especialmente úteis ao testar redes de comunicação digital,  ou ao inspecionar sinais vindos de sensores de rotação, temperatura, pressão e afins. Em sistemas tão sensíveis como os de um carro moderno, qualquer influência externa — mesmo mínima — pode bagunçar o diagnóstico e até comprometer a segurança.

    Além disso, por não alimentarem o ponto com energia, essas pontas ajudam a evitar problemas como o acionamento involuntário de relés, injetores ou outros atuadores. Em um teste prático, isso pode significar a diferença entre um diagnóstico seguro e um erro caro.

    Para quem trabalha apenas com sistemas básicos ou faz testes ocasionais, o investimento em pontas de prova profissionais pode não ser interessante. Mas então surge a pergunta: por que não apostar em uma solução DIY?

    Criar sua própria ponta de prova pode ser uma alternativa viável, prática e econômica. Claro, ela não vai oferecer todos os recursos de um equipamento profissional, como impedância ultra-alta ou isolamento óptico. Mas com um pouco de cuidado no projeto, já é possível montar algo funcional e seguro para testes básicos do dia a dia — principalmente em sistemas menos sensíveis, como iluminação automotiva, fusíveis ou sinais de alimentação simples.

   Além da economia, montar sua própria ferramenta também oferece outro benefício: o aprendizado. Ao projetar e construir uma ponta de prova DIY, você entende melhor como ela funciona e quais são os seus limites. 

    Veja a ideia: 






   O uso será como qualquer outra ponteira de teste :  Primeiro, conecte a garra jacaré preta (terra) em uma parte metálica aterrada do veículo, como o terminal negativo da bateria ou o bloco do motor. Em seguida, prenda a garra vermelha no positivo da bateria para alimentar a ponteira. Com tudo conectado, ao tocar a ponta de prova no ponto que deseja testar, um dos LEDs irá acender, indicando a polaridade. Se o LED verde (positivo) acender, isso indica que há tensão positiva em relação ao terra naquele ponto. Já se o LED vermelho (negativo) acender, significa que há um potencial negativo. Caso nenhum LED se ilumine, é sinal de que não há alimentação elétrica ou o componente testado está isolado do circuito.

  Dois pontos importantes:

  •  Não utilizar tensão superior a 18V (essa é a tensão máx. do ci 4001 usado no circuito)
  • Não inverter a polaridade nas garras jacaré quando for conectar no sistema elétrico do veículo . Isto também danificará o circuito integrado .                                                                                             
   Pensando melhor agora, um diodo a mais no circuito resolveria este segundo inconveniente. Acho que estou ficando preguiçoso...


sábado, 17 de maio de 2025

Indicador Sonoro Auxiliar Para Deficientes Visuais

  Você já parou pra pensar como é o dia a dia de uma pessoa cega? Imagina só acordar de manhã, querer tomar um café e ter que tatear tudo pra achar a xícara — torcendo pra não derrubar o açúcar ou pegar sal por engano. E quando conseguir achar a xícara ainda vai precisar  controlar o nível do líquido , o que pode causar transbordamentos acidentais. Para ajudar a tornar essa tarefa mais fácil e segura, a ideia é usar alertas sonoros. O sistema que eu vou mostrar , vai emitir um som quando o nível do líquido atingir um ponto desejado, avisando a pessoa para que ela pare de colocar o líquido no recipiente. Com isso, o objetivo é garantir mais autonomia e evitar acidentes, permitindo que a pessoa realize essa atividade de forma mais independente e segura.

  O circuito é simples, barato e tão fácil de montar que até quem não tem experiência consegue fazer — e ainda pode presentear alguém que realmente precise.

   Funciona da seguinte maneira: quando o dispositivo estiver pendurado na borda do recipiente e o recipiente estiver vazio, ele não fará nada. Ao adicionar o líquido, ele emitirá um alerta intermitente quando o nível atingir um certo ponto. Quando o líquido estiver perto da borda, o alerta se tornará contínuo.


    A maior dificuldade é deixar o circuito o mais leve e compacto possível, de modo que possa ser facilmente pendurado — como na borda de uma xícara, por exemplo. Para isso, é essencial trabalhar com a menor tensão possível, evitando adicionar peso desnecessário com mais pilhas.

    No entanto, surge um desafio: com a topologia escolhida, a queda de tensão entre a base e o emissor de um transistor de silício (em torno de 0,6V) é relativamente alta e compromete o funcionamento intermitente do buzzer. Para contornar isso, temos duas opções: usar um transistor de germânio, que tem uma queda base-emissor muito menor (cerca de 0,2V), ou adotar um transistor NPN comum, mas elevando a tensão de alimentação para pelo menos 4,5V — o que exigiria três pilhas. 

   Como tenho vários transistores de Germânio por aqui, preferi a primeira opção.






  Os sensores são fabricados com hastes metálicas de aço inoxidável, rígidas e dobradas de forma a se fixarem na borda do recipiente. Para evitar interferências, especialmente em recipientes metálicos, é recomendada a utilização de canudos plásticos como isolantes nas áreas dobradas.  Usar inox é essencial, pois se trata de um material seguro para aplicações relacionadas à saúde humana.




segunda-feira, 5 de maio de 2025

Um Elevador Didático De 4 Pisos

  

   Um elevador didático é uma ótima maneira de aprender, na prática, como funcionam sistemas de automação e controle. Ele imita um elevador real, mas em escala menor, com muito menos recursos  e com foco no aprendizado, sendo usado principalmente em cursos técnicos e de engenharia. Com ele, dá pra entender melhor como sensores, motores, botões e controladores trabalham juntos para fazer o elevador funcionar de forma segura e eficiente. Além disso, esse tipo de projeto ajuda a unir teoria e prática, permitindo que os alunos testem suas ideias,  façam ajustes e vejam o resultado em tempo real. É uma ferramenta muito útil pra quem quer se aprofundar no mundo da automação e entender de verdade como tudo acontece por trás das máquinas.

   A proposta é montar um sistema que imite o funcionamento de um elevador real, com botões para chamar, sensores que identificam a posição, controle do motor e sinais visuais para indicar o que está acontecendo. Pra deixar o projeto mais simples , a parte de abrir e fechar portas não foi incluída, assim como os displays em cada andar.

   E o diferencial mais interessante do projeto: ele funciona sem precisar de microcontroladores, como Arduino ou PIC.  Isso significa que toda a lógica de controle foi desenvolvida com componentes discretos, como relés, comparadores, flip-flops e circuitos de lógica com diodos. Essa abordagem, além de eliminar a necessidade de programação, permite compreender melhor como os sistemas automáticos eram projetados antigamente, antes da chegada dos fantásticos microcontroladores e controladores programáveis.

  A estrutura do elevador pode ser feita  em MDF, um material muito utilizado em protótipos e projetos didáticos por ser fácil de cortar, leve, resistente o suficiente para suportar a movimentação do sistema e dar bom acabamento.  Para o meu protótipo, usei o modelo da Usina Info. A estrutura já vem toda pronta, feita em MDF, com quatro andares e espaço certinho pra montar motor, sensores, botões e tudo mais. Isso economiza um bom tempo na hora de montar e já vem com um acabamento legal, além de facilitar bastante pra quem quer focar na parte elétrica e lógica do projeto, sem se preocupar tanto com a parte mecânica ( não ganhei nada pela propaganda).


                                       


   Pra detectar a posição do elevador, foi usado um reed switch em cada andar. Ele é acionado por um ímã preso na cabine, funcionando como um sensor simples e confiável.





        

 
  O controle do motor poderia ser feito de várias formas, mas achei mais simples e barato utilizar uma mini ponte H:

                                                 

    Por falar em motor, o usado foi aquele amarelinho, muito comum e que já vem com uma certa redução. 



     O circuito  utiliza dois CD40175 e um CD4063.  É um sistema simples, mas eficiente, para comparar dois valores binários. O uso dos dois CD40175 permite que você tenha dois valores independentes para serem comparados, e o CD4063 fornece uma maneira direta de saber qual deles é maior, menor ou se ambos são iguais.
  CD40175 é um circuito integrado que contém quatro flip-flops do tipo D, permitindo o armazenamento e deslocamento de 4 bits de dados. Em aplicações como esta, dois CD40175 atuam como registradores de 4 bits, armazenando os dados correspondentes aos botões pressionados. Esses dados são carregados nos registradores por meio de um sinal de clock, que insere os bits no chip. As saídas dos registradores são conectadas a diodos, os quais implementam a lógica de controle necessária para a posterior comparação dos valores.

    A comparação entre os dois valores armazenados é realizada pelo CD4063, um comparador de magnitude. Esse componente compara os dois números binários fornecidos em suas entradas e determina qual deles é maior, menor ou se ambos são iguais. Para isso, o CD4063 possui três saídas que indicam o resultado da comparação. As saídas que indicam se o primeiro número é maior ou menor são conectadas a um módulo de controle de motor, que comanda o sentido de rotação do motor — fazendo a cabine se mover para cima ou para baixo.





Clique na imagem para ampliar








Vamos à sugestão de placa:


   Se for usar meu layout, trate de conferir antes  , pois não tenho ninguém pra revisar  e pode conter algum erro.





               Para indicar visualmente em qual andar a cabine se encontra, pode usar o circuito abaixo:
 



          Veja um vídeo do  protótipo em funcionamento :





                                                Acredito que nem precisaria dizer , mas: 

                 ⚠️ Atenção: Este Projeto  não deve ser usado para transporte de pessoas ⚠️

  Só reforçando que elevadores construídos para fins didáticos – como projetos escolares ou demonstrações técnicas – não são apropriados para o transporte de pessoas.

   O uso indevido desses equipamentos pode trazer riscos sérios e, se acontecer algum acidente, pode dar dor de cabeça jurídica — daquelas que nem aspirina resolve. E tenho dito.